terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

E pela primeira vez não consegui seguir meu caminho. Permaneci parado, em pé, no meio da trilha, somente escutando aquela música que preenchia não só o ambiente mas também o meu ser. Com um certo esforço consegui deitar, sem ligar para o chão de terra que sujava minha roupa ou para as formigas, incessantes trabalhadoras indo buscar na natureza seu alimento e passando ao meu lado sem também ligar para mim. Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali deitado, com os olhos fechados e sentindo a melodia da natureza me consumir. Mas não há comparação com o que senti ao abrir os olhos, nunca havia percebido o quão belo era o céu. Nenhuma nuvem encobria o espetáculo que com a ajuda da Lua em sua fase completa e inebriante, deixava de ser uma paisagem e tornava-se arte, como uma pintura pós-impressionista de Van Gogh, muito diferente do Dali de minhas manhãs. E ali permaneci, desejando ser um sátiro e que aquela fosse a minha música, para então, como pelas mãos de Bouguereau, ter ninfas dançando ao meu redor, e seguir pelos bosques e florestas, sem rumo, apenas tocando minha música e com as filhas de Zeus celebrar cada pincelada dada naquela tela que era pintada segundo após segundo.

Um comentário:

Aayamona disse...

sofri mas escrevi!
ufff...

 

2009 ·2. by TNB